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Terça Ecológica

Terça-feira, 26 de Abril de 2022

 
     

“É fundamental debater a colonialidade dentro da ecologia,†afirma Saldanha

  

Ambientalista sugere a compreensão do saber indígena sobre a inseparabilidade entre os seres da natureza e a percepção de ser coletivo como resposta à exacerbação do individualismo

  


Por Eliege Fante - especial para a EcoAgência

Terça Ecológica de abril de 2022 aconteceu hoje (26) com o tema “Ser ecológico ou ser coletivo? O que podemos aprender com a sabedoria dos povos originários do Brasil”. A coordenadora do Núcleo de Ecojornalistas (NEJ-RS), Ilza Girardi, interagiu com o palestrante Luiz Jacques Saldanha, que é engenheiro agrônomo, ambientalista e curador do site Nosso Futuro Roubado.

A resposta do convidado à questão-tema do evento incluiu a superação da colonialidade, que para ele, obstaculiza a mudança de paradigma a ser feita pela sociedade diante de tanta poluição e impactos sobre as espécies do planeta. Inspirado pelas palavras de Ailton Krenak, sugeriu uma maior abertura à compreensão, por todas as pessoas, sobre o fato da inseparabilidade entre os seres da natureza, e destacou a relevância da percepção indígena sobre o ser coletivo, ou seja, uma resposta ao individualismo exacerbado atual e responsável pelos malefícios impostos à sociedade. “Devemos nos aproximar dos povos originários,” enfatizou Saldanha. 

O palestrante contou que o título do site Nosso Futuro Roubado é uma homenagem a Theo Colborn, autora do livro de 1996 que aprofundou os estudos de Rachel Carson sobre os riscos do uso de organoclorados, por sua vez publicados em Primavera Silenciosa de 1962. Colborn, disse Saldanha, foi muito corajosa ao denunciar a existência dos desreguladores ou disruptores endócrinos adquiridos pelas pessoas através do contato com agrotóxicos, plastificantes (estireno, ftalatos, etc), PCBs (policloretos de bifenilas), metais pesados, bisfenol A, e uma lista extensa. “Essas substâncias causam a feminização fisiológica dos machos de todas as espécies. Estudos mostram a alteração na capacidade do feto ter um desenvolvimento cerebral saudável. Nos países nórdicos, pesquisas iniciadas nos anos 1980, evidenciam a diminuição do QI em jovens,” citou, entre os diversos estudos e notícias, que difunde no site. O ambientalista provocou a audiência da Terça Ecológica a refletir sobre a falta de mobilização contra a produção e o uso de produtos com disruptores endócrinos, em especial o plástico que já é encontrado na corrente sanguínea, placenta e pulmões humanos.

“Comecei a me dar conta que é fundamental debater a colonialidade dentro da ecologia, problematizar essa visão de supremacismo branco eurocêntrico presente no Brasil, através do atual governo federal, e que quase colocou um representante na eleição presidencial francesa nessa semana,” comentou Saldanha, sugerindo a maior aproximação das entidades ecologistas aos povos originários e as suas bandeiras por contemplarem os interesses de todos os povos.

Para assistir clique em: https://www.youtube.com/watch?v=9QehIcKHsl4

As Terças Ecológicas são eventos mensais do NEJ-RS. Inscreva-se no Canal da EcoAgência no Youtube para receber os avisos de novidades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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