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Jornalismo Ambiental

Terça-feira, 27 de Setembro de 2022

 
     

Conferencista recomenda pesquisa sobre o “Sumak kawsayâ€, o viver bem andino

  

Na primeira atividade do V ENPJA, o professor e pesquisador peruano Bruno Takahashi destacou a necessária ampliação da cobertura jornalística ambiental, bem como dos estudos, sobre extrativismo e comunidades vulnerabilizadas, e o significado das cosmovisões de populações locais

  

Imagem: Reprodução da Live    
Professor Bruno Takahashi, conferencista do V ENPJA


Por Eliege Fante - especial para a EcoAgência

O V Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo Ambiental (ENPJA), que busca "Futuros possíveis para jornalismos e ambientalismos", iniciou hoje (27) pela manhã com o conferencista Bruno Takahashi. Bruno, que é professor de Comunicação da Universidade Estadual de Michigan (EUA), apresentou o estado da arte da pesquisa em jornalismo ambiental nos Estados Unidos, o país onde está radicado e é o que mais pesquisa a área, e na América Latina.

Segundo o conferencista, natural de Lima (Peru), a pesquisa na área existe desde os anos 1980 nos Estados Unidos. Posteriormente, se desenvolveu em países europeus e, na atualidade, se encontra em diversos países, como no Brasil em dezenas de universidades. E a Sociedade de Jornalistas Ambientais estadunidense, criada em 1990, congregou 70% dos profissionais atuantes nas redações dos meios jornalísticos de massa. Esta Sociedade também deu origem ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, entidade através da qual Bruno também atua como diretor e pesquisador.

Inicialmente, disse Bruno, as formações e os estudos se voltavam à qualificação da cobertura de temas ambientais. A partir dos anos 1990, passou a ser sobre o aquecimento global e recentemente sobre as mudanças climáticas. As abordagens mais frequentes contemplam desastres provocados por eventos climáticos extremos e políticas acordadas entre governos de diversos países e corporações internacionais, através da cobertura de conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo.

“As temáticas são limitadas, há outros temas de importância regional e local, e de outros países do Hemisfério Sul, que estão sendo ignorados, como a mineração ilegal na Amazônia”, citou, indicando a tendência de cobertura sobre temas ligados a conservação, ao sequestro de carbono da atmosfera, relacionados ao financiamento por países ricos de projetos de desenvolvimento no Sul global. Bruno acredita que a investigação sobre as comunidades vulnerabilizadas no contexto climático seria um tema possível de ser explorado sem alterar a tendência. 

A cobertura nos países da América Latina, conforme Bruno, recebe pouca atenção de pesquisadores, sendo que este professor considera a necessidade de investigações pela ciência a respeito do extrativismo e das relações de dependência com os países mais ricos do Norte global. Ao mesmo tempo, observou a maior dificuldade de trabalho que os jornalistas ambientais enfrentam, como no Brasil, onde só aumenta as estatísticas de perseguição e violências contra jornalistas e ambientalistas.

“O drama atrai as audiências, mas no caso do derrame de petróleo no Peru com prejuízo aos pescadores artesanais, seria preciso uma cobertura sistemática, que explicasse o extrativismo, o desenvolvimento”, apontou, sobre a preferência editorial das mídias hegemônicas, ainda que a imprensa independente esteja acumulando uma importância cada vez maior ao reportar no intuito de preencher essa lacuna.

Bruno chamou a atenção da pesquisa em jornalismo ambiental sobre o tema “Sumak kawsay”, expressão da língua quéchua andina que significa viver bem, ter uma boa vida, ao que enfatizou, sentido além daquele restrito aos bens materiais. “Seria importante os investigadores verem como este conceito influencia a população regional, como a faz pensar a sua relação com mundo natural. Este tema ainda não é visto pela Comunicação, só na Antropologia e na Sociologia, disse. A proposta de Bruno seria, além de incluir os temas dos povos originários, compreender as suas cosmovisões e considerar a sua pertinência diante das mudanças climáticas e das decisões que as sociedades e os governos devem tomar para evitar o aumento da temperatura média global superior ao 1,50 Celsius. 

Para assistir esta Conferência clique aqui.

 

Homenagem

Ilza Girardi, líder do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) e atual coordenadora do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), responsáveis pela organização deste V ENPJA, recebeu a homenagem por inspirar alunos e ex-alunos a persistir no jornalismo engajado pela sustentabilidade da vida. Ilza fundou o Grupo em 2008 e é fundadora do Núcleo (1990), com trabalho ininterrupto na formação dos profissionais da Comunicação e no ativismo ambiental, aposentou-se neste ano como professora titular da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, Fabico/UFRGS. Ilza continua como professora do Programa de Pós-Graduação da UFRGS, o PPGCOM. Para a professora Ilza, o jornalismo ambiental que produz consiste em um “modo de olhar o mundo, diferenciado, engajado, com vontade de fazer algo em defesa da vida em todas as dimensões. É uma prática que exerce papel fundamental na vida dos cidadãos através ao disponibilizar informações para que atuem em defesa dos seus interesses e da sociobiodiversidade”.

 

Programação

O V ENPJA conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da Uniritter/POA. As inscrições gratuitas podem ser feitas em: https://www.even3.com.br/enpja2022/ O canal do grupo de Pesquisa no Youtube também está transmitindo, ative o lembrete para acompanhar a programação desta quarta-feira: V ENPJA

 

 

 

 

 

 

 

 

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